Dois homens estavam no plano astral, prestes a voltar a encarnar, para mais uma trajetória no plano terreno. Não vinham como parentes, mas vinham para estarem sempre em trajetos próximos. Tinham a mesma idade de encarne, moravam próximos , as famílias de ambos tinham ligações de amizades, estudaram juntos, as familias tinham condições sociais semelhantes, enfim, foi a programação que fora dada a eles. Os dois meninos cresceram, formaram e seguiram conhecimentos espirituais diferentes. Otho acreditava em acúmulo de créditos pelas atitudes acertivas enquanto encarnados, o amigo de encarne e desencarne coletivo de programação, Dante, acreditava diferente: Que nascemos do pó e ao pó voltamos. Não temia a nada e tinha a menor preocupação com as tais atitudes acertivas do amigo Otho. Dante gostava de aprontar com os amigos, e também, com quem pouco conhecia. Emprestava dinheiro ou objetos e não tinha a menor preocupação, ia levando a vida do jeitinho que acreditava. Quando a assunto em alguma roda era morte, Dante já dizia: -morreu, acabou-se. Otho sempre muito respeitoso com o amigo e tendo com o mesmo toda a paciência de quem conhece a escolha dos caminhos evolutivos.
O tempo transcorre e os amigos casam-se e têm filhos, os filhos dos amigos também se conhecem . Otho está sempre a conversar com os seus filhos a respeito da importância da prática de espiritualidade , se aqui nós aproveitarmos para sermos humildes, amar sem dualidade, dividir com o de menor poder, usar da sinceridade,da verdade, pregar a paz, iremos continuar no desencarne , sendo uma ferramenta de auxílio e amparo, que é muito bom. E seus filhos perguntavam:
- E quem assim não faz pai?
-Quem assim não faz, quando morre vai continuar estagnado sem na nada poder fazer no campo astral e muitas vezes ainda fica a atrapalhar a vida de muitos encarnados, incentivando a fazer o que eles faziam em vida terrena, são os conhecidos assediadores. E em uma destas conversas o filho de Dante estava presente, se interessou pela conversa e em casa comentou com o pai que fez umas cara de reprovação.
-Ele fala tudo isso mas não prova nada meu filho. Pergunta para ele onde está os créditos dele pela prática destes princípios? E o filho de Dante de pouca idade ficou cabisbaixo pela reprovação do pai à idéia do pai dos amigos ,o sr. Otho.
08 de setembro do ano 1987
Os dois amigos vão uma viagem de negócios, mesmo trabalhando em empresas diferentes, ambos estavam no mesmo destino que era São Paulo , combinaram de ir em um só carro , e seguiram viagem . Conversavam enquanto cortavam estrada. Sempre alternando de motorista ora um, ora outro ia para direção. Já quase chegando a Capital Paulista e tendo como motorista Dante, pelo movimento intenso, e a atenção que tinham que se manter, estavam silenciosos. Otho por um breve instante sentiu no carro a presença de alguém a mais,porém não arriscou comentar, sabia que o amigo iria ignorar. Ficou atento a tudo que podia observar. Um estrondo de repente é ouvido e tudo se apaga. O carro capotou e os amigos foram jogados fora do veículo. Estavam muito mutilados. Ambos ainda tinham um pouco de consciência e tentavam se ajudar. O lugar de muito mato, os amigos ensanguentados lado a lado, caídos . Otho sabia que os dois iriam desencarnar ali, não ousou comentar com Dante pois não iria aceitar, preferiu confortar até que o seu espírito ausentasse do seu corpo. Foi assim que Otho viu a melhor forma de ajudar a quem não crer é respeitando o seu percusso. Em um dos momentos que Dante tanto agonizava perguntou ao amigo Otho:
- Voce não sente dor?
-É, não sinto.
-Como não sente-retrucou Dante- esta tão mutilado quanto eu?
Otho não quis passar para o amigo a recompensa que ele teve por tudo que fizera no decorrer de sua vida. Julgou que iria magoá-lo.
Os amigos enfim desencarnaram. Dante primeiro, foi um pedido de Otho aos amparadores que deixasse ele ancorar o amigo até o último suspiro, para que não fosse mais doloroso para ele ficar sozinho a agonizar. Por último e bem auxiliado, desencarnou Otho envolvido por um amparo de consciências que já estavam desde o início da viagem com ele.
Temos que ser firmes na prática do bem, pois as recompensas são maravilhosas e só sabe quem as pratica.
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